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Benefícios sociais: 20 opções que pode oferecer aos seus colaboradores

16/02/2023

O mercado de trabalho, a sociedade, as prioridades, a realidade profissional e pessoal de cada um ao entrar no mercado de trabalho são tão diferentes de há 10 ou 20 anos que qualquer empregador é obrigado a rever os seus instrumentos de gestão de recursos humanos.

É fulcral questionar-se sobre como motivar o melhor talento através de benefícios sociais a escolher a sua empresa. 
Sabemos que a atual realidade financeira e económica vai sofrer alterações nos próximos anos, fruto da crise, de um contexto pós-pandémico e de uma realidade de guerra perto das nossas fronteiras. Todos estes fatores afetam diretamente a economia e o conforto financeiro das empresas em Portugal e os salários são os primeiros a sofrer. 

Mas, também sabemos que o salário é apenas um dos itens a serem considerados quando uma pessoa avalia a sua satisfação profissional. E é aqui que é requerida alguma criatividade, e sensibilidade, pois é imprescindível perceber o que valorizam os colaboradores. 

Tal como no marketing, temos de segmentar: faixas etárias, tamanho do agregado familiar, número e idade dos filhos, atividades de lazer preferidas, preferências na mobilidade, preocupações sociais e ambientais. E é aqui que os benefícios sociais podem fazer a diferença, e muitas vezes, sem custos para a empresa.  

Neste artigo vamos abordar os seguintes temas: 

 

Mas afinal o que são benefícios sociais? 

Benefícios sociais, oferecidos pelas empresas, são benefícios extrassalariais que podem ser monetários ou não monetários. 

Estes benefícios são atribuídos aos colaboradores mensalmente, anualmente ou em reconhecimento por se atingirem objetivos e prestações na função de cada um ou em equipa. Atualmente, e particularmente para as novas gerações, estes benefícios têm enorme impacto na sua motivação. 

Sabemos que o bem-estar psicológico e a saúde mental têm um peso elevado nas escolhas de cada um de nós. E isso dá aos profissionais de RH um maior campo de ação no que toca a benefícios sociais preferidos pelos colaboradores. Mas, não deixa de ser importante auscultar internamente para perceber quais os benefícios sociais mais desejados pelos colaboradores.

Vejamos de seguida, alguns exemplos de benefícios nas empresas. 

Importa relembrar que alguns já são previstos por lei, logo, são obrigatoriedades legais. Outros benefícios, por vezes, os melhores benefícios oferecidos pelas empresas são fruto da sua criatividade e espontaneidade. 

Entre os benefícios extrassalariais mais comuns, e legislados, estão o subsídio de alimentação e os dias de férias remunerados. 
 

Subsídio de alimentação

“O subsídio de alimentação  é um importante benefício social, sendo um fator de produtividade, bem-estar e satisfação dos colaboradores, além de um relevante vetor na retenção de talentos.

O Diário da República define o subsídio de alimentação como a quantia monetária paga pela entidade patronal ao trabalhador, por cada dia de trabalho efetivo. Isto significa que o subsídio de alimentação não deve ser pago nos dias de férias, feriados, faltas ou outros dias não trabalhados. Considere-se este valor como uma compensação pelos custos ou gastos diários relativos à refeição realizada durante o dia de trabalho.” 

O subsídio de alimentação pretende ser uma compensação extrassalarial monetária pelos custos com alimentação. Contudo, a forma como este benefício social é entregue ao colaborador pode trazer vantagens acrescidas. Quando o subsídio é pago através de cartão refeição ou vale, empresa e colaborador podem poupar em sede de IRS e de TSU.

 Saiba mais no nosso artigo: Subsídio de alimentação 2023: tudo o que precisa de saber. 

 

Férias 

O Artigo 237.º do Código do Trabalho refere-se exatamente ao Direito a férias, enunciando que este direito é “irrenunciável e o seu gozo não pode ser substituído”. Este é um direito que pretende “proporcionar ao trabalhador a recuperação física e psíquica, condições de disponibilidade pessoal, integração na vida familiar e participação social e cultural.” 

Esta lei consagra a possibilidade de bancos de horas, ou seja, as horas extraordinárias desempenhadas pelo colaborador serem remuneradas em dias de férias. 

Deixamos ainda mais 3 ideias:

  • Oferecer o dia de aniversário (do próprio e/ou dos filhos) como dias de férias extraordinários. Esta prática já é implementada em Portugal em diversas empresas independentemente da sua dimensão. 
  • Há empresas que oferecem mais dias de férias que os regulamentados, por vezes, os contratos de trabalho já consideram 25 (no caso de algumas áreas da própria função pública) ou 30 dias

- E já podemos ter alguns inputs de empresas que não definem o número de dias de férias, isto é, a vanguarda na Gestão de Recursos Humanos já equaciona as férias ilimitadas. Este modelo de gestão assenta na filosofia de que o colaborador gere o seu próprio tempo, cumprindo prazos e tarefas. 

 

Formação e educação

No código do trabalho estão previstas 40 horas anuais de formação contínua, mas a imaginação é o limite e com as necessidades de upskilling e reskilling, os próprios colaboradores podem estar interessados em diversificar o seu conhecimento e crescer pessoal e profissionalmente. Mudar de área, ou de função, dentro da mesma empresa pode ser mais aliciante do que os empregadores possam pensar. Deixamos uma sugestão: inquira os seus colaboradores e saiba o que pensam sobre este tema. Alguns exemplos de plataformas que pode disponibilizar aos seus colaboradores são:

 

Subsídio transporte 

Este, apesar de comum, não é obrigatório por lei. Mas várias empresas incluem-no na oferta aos colaboradores, numa ótica de ajudar com as despesas com inerentes a deslocações casa-trabalho-casa ou casa-reuniões-casa. 

O método mais comum de pagamento deste subsídio, é através do passe mensal. Colaboradores que usufruam de transportes públicos, podem adquirir o passe disponível na sua zona de residência/trabalho e os custos são cobertos pela entidade patronal. Este pagamento pode ser feito via reembolso ou através da atribuição de vales transporte no valor do passe. 

Algumas empresas cobrem também os gastos com combustível, portagens e estacionamento dos colaboradores que se desloquem no seu veículo pessoal ou da empresa. 
 

Apoio tecnológico

Os novos regimes híbridos de trabalho levam-nos a outras questões prementes na sociedade atualmente. Falamos do “subsídio” ou apoio tecnológico, isto é, apoio monetário (mensal ou anual) para fazer face às despesas com serviços de telecomunicações, internet, update de equipamentos, entre outros.

Este apoio tecnológico está já considerado no Código do Trabalho, artigo 165º a 168º para as empresas que assumiram como modelo de colaboração o trabalho remoto. 

Este último clarifica que “o empregador é responsável pela disponibilização ao trabalhador dos equipamentos e sistemas necessários à realização do trabalho”, “são integralmente compensadas pelo empregador todas as despesas adicionais que, comprovadamente, o trabalhador suporte como direta consequência da aquisição ou uso dos equipamentos e sistemas informáticos ou telemáticos necessários à realização do trabalho, (…), incluindo os acréscimos de custos de energia e da rede instalada no local de trabalho em condições de velocidade compatível com as necessidades de comunicação de serviço, assim como os custos de manutenção dos mesmos equipamentos e sistemas.”

 

Seguros

Atualmente, seguros, são uma enorme mais-valia enquanto benefícios sociais pois impactam a qualidade de vida do colaborador de uma forma que vai muito além da sua atividade laboral.

Existem seguros obrigatórios de as empresas contratarem para os seus colaboradores, não devendo assim considerar estes um benefício extrassalarial. Existem também outros opcionais que agregam valor à oferta que é feita aos colaboradores. A forma mais fácil de oferecer este tipo de produtos é através de seguros empresariais. Seguro vida, Seguros de saúde ou planos médicos são alguns exemplos.

Deixamos tudo explicado ao pormenor no nosso Guia Completo para 2023 sobre Seguros Empresariais.

Veja alguns exemplos:
 

Seguro Saúde 

Os seguros de saúde assistem o titular nas várias despesas de saúde que este possa vir a ter. A maioria dos seguros de saúde oferecidos em contexto laboral, abrangem também o agregado familiar do colaborador. 

Os seguros de saúde ajudam a pagar as despesas que um individuo possa vir a ter ao necessitar de cuidados médicos em estabelecimentos privados. Algumas das coberturas mais comuns dos seguros de saúde são:

  • Ambulatório – acesso a consultas, exames ou tratamentos de clínica geral ou especialidade.
  • Hospitalização – acesso a clínicas e hospitais em caso de internamento por mais de 24 horas.
  • Estomatologia – higienização, tratamentos ou consultas dentárias.

É importante que os profissionais de RH, tenham em conta o perfil dos colaboradores ao escolher o seguro que vão oferecer aos colaboradores. Por exemplo colaboradores mais jovens valorizam seguros que tenham coberturas que abranjam consultas pré-natais e o parto. 

 

Seguro de Vida

Os seguros de vida pretendem responder a possíveis despesas ou dívidas do tomador do seguro resultantes de danos por morte ou invalidez permanente. São asseguradas despesas como a habitação, a escola dos filhos, créditos ou despesas médicas. Em caso de morte, o seguro paga o funeral. 


Dependendo do setor de atividade das empresas, é importante os colaboradores terem a segurança que caso lhes aconteça algo, as famílias garantem apoio financeiro. Por isso, os seguros de vida são um benefício interessante de se considerar. 

 

Seguro PPR

Um seguro PPR, ou Plano Poupança Reforma, tem o objetivo de criar uma poupança a longo prazo com vista à reforma

Quando um colaborador atinge uma certa idade, é lhe atribuída uma reforma de valores que tendem a ser inferiores aos rendimentos que este está habituado enquanto trabalhador ativo. Tendo isto em atenção, é importante começar a pensar o quanto antes em formas complementares de compensar uma reforma baixa. 

Os PPR aparecem como uma solução vantajosa tanto para os indivíduos como para as empresas. Resumidamente, ao investir num PPR, uma entidade aplica o nosso dinheiro (de acordo com o nível de risco que indicarmos) e passado um tempo, devolve o capital investido – prestações mensais e rentabilização desse capital. 

Os custos da empresa em PPR podem ser deduzidos no IRC, conseguindo assim reduzir o lucro tributável. Os profissionais de RH devem ter este seguro em conta caso o perfil dos colaboradores seja de uma idade mais avançada. Os PPR são considerados um benefício a médio prazo com cariz de motivação.

 

Recompensas diretamente relacionadas com a prestação de cada colaborador ou equipa 

Tendencialmente são prémios monetários que aumenta o poder de compra das pessoas, pelo que, é um extrassalarial que pode responder a algumas das necessidades financeiras pontuais das famílias. Por exemplo: manutenção e seguro automóvel, IRS. Atendendo a que as empresas definam objetivos realistas e atingíveis, ajustados às contingências sociais e económicas gerais, estes incomes extra podem ser um importante fator motivacional.

Investir numa cultura de reconhecimento, recompensa as pessoas, incentiva ao trabalho em equipa, inclusive reforça a colaboração entre departamentos ou equipas. Deixamos uma sugestão para fomentar a interação entre colaboradores: um sistema de reconhecimento entre pares. 

Com ferramentas como o bónus.ly cada colaborador pode pontuar o colega por qualquer comportamento positivo. O acumular destes pontos gera recompensas no final. Exemplo: o colega A despendeu de 30 minutos a explicar ao colega B como funciona determinada ferramenta. O colega B acede ao bónus online e atribui 10 pontos ao colega A pela ajuda e espírito de equipa. 

No final do ano, colega A tem uma recompensa em voucher pelos pontos atribuídos pelos colegas, superiores, fornecedores, etc. Já o dissemos variadas vezes e reforçamos que a criatividade é o limite na Gestão de Pessoas.

 

 

Benefícios sociais associados ao bem-estar físico e mental

Estes são muito valorizados, mesmo não sendo produto financeiro.
 

Flexibilidade de horários e trabalho remoto

Face ao que temos vindo a falar de liberdade, flexibilidade, diferenças no que as gerações valorizam, investir em condições para a flexibilidade de horários ou para o trabalho remoto é um trunfo na retenção de talento. 

Temos visto como crescem ofertas deste tipo em plataformas de recrutamento como o Linkedin. 

Por um lado, a flexibilidade de gerir a vida pessoal e profissional, a rotina doméstica, a facilidade em fazer refeições saudáveis em casa, o aproveitamento da hora de almoço (ou das horas em que estariam no trânsito) para a aula de yoga virtual ou para o jogging são vantagens, das quais, muitos já não abdicam. 

Por outro lado, a uniformização das horas de produtividade entre as 9h e as 17h é um conceito ultrapassado e os estudos frequentes sobre produtividade provam-no. 

Esta agilização tem um impacto crucial na manutenção da saúde mental e do tempo de qualidade em família; e os empregadores devem usar esta informação a seu favor.

pés

 

Vale ginásio

Os benefícios do exercício físico são óbvios, principalmente nos pós pandemia em que o simples ato de sair à rua foi posto em causa durante meses. Além disso, a população portuguesa é assumidamente sedentária, pelo que os problemas físicos e mentais associados ao sedentarismo impactam a rotina quotidiana da maioria de nós. 

 

Subsídio de saúde mental / ajuda psicológica

A pandemia veio salientar a importância que a saúde mental tem na sociedade. E os movimentos de despedimentos em massa por obrigação de voltar ao escritório, assim como o quiet quitting enfatizaram que o bem-estar mental passou a ser uma prioridade generalizada.

Oferecer benefícios que contribuam para o bem-estar e saúde dos colaboradores é sempre um plus e uma forma de retenção do talento. 

Já considerou incluir na proposta da empresa vales para consultas de psicologia ou psicoterapia? Estes tipos de ofertas ganham mais relevância pois as apólices de seguros de saúde raramente cobrem a saúde mental. Deixamos aqui um exemplo de como agilizar este tipo de benefícios sociais: https://zenklub.com.br/home-zenklub

Na ótica de apoiar o bem-estar familiar/pessoal podemos listar alguns exemplos de ações enquanto benefícios extrassalariais que podem servir como fator motivacional:

  • Vale Creche: benefícios de apoio à infância e à educação aceites em diversos estabelecimentos e que podem servir para atenuar as despesas familiares.
  • Vale Pet: enquanto vale a ser utilizado em estabelecimentos que os aceitem como meio de pagamento ou seguro de saúde animal já disponível em diversas entidades. 

Mas as ideias não ficam por aqui, considere:

  • Vale Cultura (para permitir o usufruto de espetáculos por exemplo), 
  • Parcerias com atividades de lazer (atividades radicais, de passeios ou turismo interno), 
  • Vouchers de lojas de produtos de lazer ou equipamentos eletrónicos.

Facilitar a ida ao ginásio pode ser uma proposta a incluir na oferta de trabalho. Há empresas, por exemplo, cujas instalações permitem a instalação de um ginásio, porém essa não é a realidade da maioria das empresas portuguesas nem o regime híbrido ou remoto de trabalho beneficiaria dessa opção. 

Este tipo de ofertas encaixa na definição de salário emocional, e não deve ser descurado o impacto e peso que este tem sobre o salário monetário.

cão a passear

 

Vantagens dos benefícios sociais para os colaboradores

Em algumas palavras mágicas: motivação, produtividade, retenção de talento, felicidade no trabalho, boa experiência no local de trabalho. 

A motivação no trabalho pode existir em 3 pontos principais da relação do colaborador com a empresa: 

  • Na entrada (escolha de empresa A em vez da B), 
  • No dia-a-dia (dando o máximo de si com os melhores outputs na sua função), 
  • Na saída (ou na decisão de não sair face aos benefícios oferecidos por duas empresas/propostas). Na realidade, aqui falamos de retenção do talento

Produtividade está em ter o melhor dos resultados, nas condições ótimas, na motivação em percorrer o “extra-mile”, ir mais além para os resultados pretendidos, na criatividade em determinada tarefa ou em fazer mais com menos recursos. 

Mas um colaborador motivado e feliz na sua tarefa e ambiente de trabalho conseguirá ter melhores resultados que um colaborador, desmotivado, não reconhecido, pressionado a “vestir uma camisola” que não sente como sua. 

Por sua vez, a felicidade e boa experiência no local de trabalho podem previsivelmente contribuir para maior facilidade para trabalhar em equipa. Fomentando o trabalho em equipa, enfatiza-se a criatividade e, automaticamente, melhores resultados.

 

Inspirámo-lo a rever os benefícios sociais oferecidos pela sua empresa? Partilhe connosco as suas ideias ou dúvidas!

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