Entender e prevenir o burnout: pequeno guia para recursos humanos
20/06/2024
Mais do que uma prioridade, a saúde emocional dos seus colaboradores é a base de um ambiente de trabalho produtivo. Por isso, evitar o burnout é uma responsabilidade de todas as empresas que reconhecem e nutrem o potencial humano.
Tendo em conta que 50,6% dos trabalhadores em Portugal estão em elevado risco de burnout (de acordo com um inquérito realizado pelo Laboratório Português dos Ambientes de Trabalho Saudáveis) e que 57% dos portugueses admite ter estado perto de sofrer um esgotamento profissional (segundo o Stada Health Report 2022), é fundamental entender e prevenir esta doença reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 2019. Acompanhe-nos.
Neste artigo vamos falar sobre:
O que é o burnout?
A Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional é um estado de exaustão física, emocional e mental, causado pela sobrecarga prolongada de trabalho. Aliás, o termo inglês “burnout”, que na tradução literal significa “queimar até o fim”, ilustra bem o esgotamento total enfrentado por trabalhadores em ambientes profissionais extremamente exigentes. Um esgotamento que, se não for detetado e tratado atempadamente, pode comprometer a capacidade de executar tarefas cotidianas e obrigações profissionais.
Em que profissões a Síndrome de Burnout é mais comum?
A Síndrome de Burnout é mais comum em profissões que envolvem altos níveis de stress, carga emocional intensa e pressão constante. É o caso dos profissionais de saúde, assistentes sociais, professores, bombeiros, policias e também profissionais com cargos de exigência em empresas de tecnologia e finanças. De resto, qualquer pessoa mais competitiva e comprometida com o resultado final do seu trabalho, pode sofrer de burnout.
Sintomas do burnout
Para que os recursos humanos possam implementar estratégias eficazes de prevenção e suporte, é importante reconhecer os sintomas de burnout que podem ter um impacto significativo no bem-estar e desempenho dos colaboradores:
- Sentimento de incapacidade, desespero e insatisfação com os resultados do trabalho.
- Falta de motivação para enfrentar desafios e dificuldades profissionais.
- Exaustão persistente e difícil de recuperar, mesmo após períodos de descanso.
- Dificuldades em planear, memorizar e raciocinar, devido ao cansaço.
- Problemas para manter o foco no trabalho e na vida pessoal.
- Aumento de erros e retrabalho devido à exaustão e dificuldade de concentração.
- Diminuição da produtividade em consequência da falta de clareza mental.
- Alterações de humor, como irritabilidade, tristeza e ansiedade.
- Reações exageradas a situações cotidianas devido ao stress acumulado.
- Perda de interesse em atividades anteriormente prazerosas, como hobbies, desportos e interações sociais.
- Distúrbios gastrointestinais, taquicardia, sensação de falta de ar, tonturas, sudorese excessiva, tensão arterial elevada, dores musculares, fadiga crónica, insónia e alterações no apetite.
Causas do burnout
Já conhece os sintomas do burnout, mas não deseja identificá-los num único trabalhador? Evite este tipo de problema no seio da sua empresa, percebendo quais são as principais causas:
- Sobrecarga constante de trabalho.
- Rotina laboral intensa e cheia de pressões.
- Desajuste entre os objetivos da empresa e os valores pessoais dos profissionais.
- Alterações abruptas nos horários de trabalho e nas responsabilidades atribuídas.
- Competitividade excessiva no ambiente de trabalho.
- Relações problemáticas com clientes, colegas e chefias.
- Falta de autonomia e de controlo sobre o próprio trabalho.
- Dificuldade em alcançar a realização pessoal e profissional.
- Ausência de apoio social adequado no ambiente de trabalho.
- Isolamento social no ambiente de trabalho.
Impacto do burnout nas empresas
O burnout é mais do que um problema individual! Os seus efeitos negativos estendem-se às empresas, atingindo a sua produtividade. E a explicação é simples: esta síndrome afeta a capacidade de os colaboradores realizarem as suas tarefas com eficiência e leva a um rompimento com a inovação e a uma tomada de decisão menos assertiva que compromete diretamente a competitividade e o crescimento da empresa no mercado de atuação.
E não é tudo! O burnout também traz custos financeiros acrescidos porque aumenta o absenteísmo, já que os colaboradores afetados faltam mais frequentemente ao trabalho. E como também mudam mais frequentemente de emprego, aumenta a rotatividade, que por sua vez aumenta os custos de recrutamento e formação. Daí que os departamentos de recursos humanos devam reconhecer e abordar de forma proativa o burnout, como um desafio individual e institucional.
Como evitar o burnout?
Com estratégias eficazes de gestão de stress, tais como:
- Estabelecer pequenos objetivos, realistas e alcançáveis, para promover uma sensação de progresso e realização.
- Encorajar o diálogo entre os colaboradores e os seus superiores para criar um ambiente de trabalho onde os sentimentos de sobrecarga possam ser discutidos e geridos de forma saudável.
- Promover a atividade física regular e incentivar momentos de relaxamento e atividades de lazer, com familiares e amigos, para combater o stress e recarregar as energias.
Se investir nestas estratégias, além de proteger os seus colaboradores contra um esgotamento, também fortalece a cultura organizacional, promovendo um ambiente de trabalho saudável e produtivo.
O que fazer em caso de suspeita de burnout?
Identificou sinais de alerta? Quebra de produtividade e mudanças comportamentais? Nesse caso, expresse a sua preocupação conversando abertamente com o colaborador e oriente-o para algum tipo de apoio psicológico.
A par, faça alguns ajustes temporários no trabalho dessa pessoa, para facilitar a recuperação e mitigar o burnout.
Como confirmar o diagnóstico?
Regra geral, o diagnóstico de burnout é feito por um psicólogo ou psiquiatra levando em consideração os sintomas apresentados.
Como é feito o tratamento do burnout?
O tratamento do burnout envolve psicoterapia para desenvolver estratégias para enfrentar o stress e controlar novamente as tarefas no trabalho. Será necessário, do seu lado, reavaliar a carga de trabalho e estabelecer metas realistas. E do lado do psicólogo ou psiquiatra, prescrever medicação ajustada e aconselhar vivamente atividades de bem-estar, como momentos de convívio e de exercício físico para complementar o processo terapêutico.
Em conclusão, zelar pela saúde emocional dos colaboradores não é apenas uma responsabilidade ética da sua empresa. É também uma estratégia eficaz para promover um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo.
Ao oferecer benefícios como cheques creche, subsídios de transporte, seguros de saúde e cartões de refeição, demonstra um compromisso genuíno com o bem-estar geral dos colaboradores, ajuda a aliviar as preocupações do dia a dia, a aumentar a satisfação no trabalho e a reduzir a probabilidade de Síndrome de Burnout. Investir na saúde emocional é ainda uma forma de assegurar o sucesso da sua empresa a longo prazo!
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